sexta-feira, 31 de outubro de 2008

REFLETINDO SOBRE A PRÁXIS

Visando favorecer a apropriação do conhecimento pelo ser humano,
ao longo de sua evolução, a ação psicopedagógica consiste numa leitura
e releitura do processo de aprendizagem, bem como da aplicabilidade de
conceitos teóricos que lhe dêem novos contornos e significados, gerando práticas mais consistentes, que respeitem a singularidade de cada um e consigam lidar com resistências.

A ação desse profissional jamais pode ser isolada, mas integrada à ação da equipe escolar, buscando, em conjunto, vivenciar a escola, não só como espaço de aprendizagem de conteúdos educacionais, mas de convívio, de cultura, de valores, de pesquisa e experimentação, que possibilitem a flexibilização de atividades docentes e discentes.
Utilizando a situação específica de incorporação de novas dinâmicas em sala de aula, contemplando a interdisciplinaridade, juntamente com outros profissionais da escola, o psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em torno do aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento.

A prática psicopedagógica tem contribuído para a flexibilização da atuação docente na medida em que coloca questões que estimulam a reflexão e a confrontação com temáticas ainda insuficientemente discutidas, de manejo delicado, que, na maioria das vezes, podem produzir conflito. Isto se deve, em geral, ao quadro de comprometimento do aluno/instituição, que apresenta dificuldades múltiplas, envolvendo as competências cognitivas, emocionais, atitudinais, relacionais e comunicativas almejadas e necessárias à sociedade.

Em decorrência, ações específicas, integradas e complementares de diferentes profissionais devem compor um projeto de escola coerente e impulsionador de valores e relações humanas vividos no ambiente escolar. Projeto que envolva o recurso humano: professores, alunos, comunidade para, através dele, transformar não só a cultura que se vive na escola, mas na sociedade!


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sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Dicas para os professores / pais:

Não rotule, certifique-se com a família sobre o diagnóstico.

Procure conversar com os profissionais que atendem seu aluno, com todos os envolvidos no processo falando a mesma linguagem, será mais fácil auxiliar está criança.

Coloque a criança sempre próxima a você, se possível longe de janelas e portas. As carteiras dispostas em circulo facilitam a visualização da turma.

Construa com a turma regras claras do funcionamento da classe, deixe-as expostas.

Comece a aula expondo a rotina do dia, fale do seu plano de aula, se necessário faça por escrito.

Use recursos audiovisuais quando possível. Vídeos, retroprojetores, computadores.

Busque assuntos de interesse da turma e os atuais que estão sendo vinculados na mídia.

Trabalhe música teatro, parlendas, histórias da comunidade e da realidade seus alunos.

Se utilize do concreto, de imagens, de gravuras, faça perguntas, promova a participação em sala de aula.

Faça intervalos para alongamento, idas ao banheiro, tomar água. Cante com seus alunos. Ficar muito tempo sentado é torturante para um TDAH.

Faça atividades curtas, que exijam pouco tempo para serem realizadas. Aumente gradativamente este tempo conforme o progresso da criança.

Mande deveres que a criança consiga realizar sozinha, ou com pouca interferência dos pais. Procure atividades que estejam dentro das possibilidades e limites dela, não sendo motivo de tortura para pais e filhos.

Estimule a atividade em grupo, sempre trabalhando o respeito as diferenças.

Nunca exponha os erros e dificuldades da criança, gritos para chamar a atenção só pioram as coisas.

Elogie sempre, recompense com bilhetes, cartões os pequenos progressos.

Não faça da agenda escolar um diário de reclamações, chame os pais para conversarem, quando possível. Bilhetes de reclamação constantes tiram à confiança e baixam a auto-estima da criança.

Crie um vínculo de afeto e confiança com seus alunos.

Leia, estude, busque orientação e ajuda quando necessário, esclareça suas dúvidas. Estando bem informada você terá maior segurança para trabalhar junto aos seus alunos.

Nunca esqueça seu aluno com TDAH, tem inteligência normal ou até superior, ele só tem um funcionamento diferente, busque com ele a melhor maneira de promoverem sua aprendizagem. Ambos só têm a ganhar.

Obs: Bom ter um diário/caderno, para fazer todas as anotações, para saber quando seu aluno/filho teve um avanço ou declínio. Procurar sempre ajuda da coordenação, para intervir com os pais e solucionar da melhor maneira possível.
TRANSTORNOS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM


Os problemas da criança com transtornos de aprendizagem residem nas áreas de percepção, atenção, memória, associação e fixação de informações.
O problema de crianças com transtornos de aprendizagem às vezes tem sido formulado como localizado na deficiência de controle de impulsos que revelam. Parece que emitem, sem pensar, a primeira resposta disponível (muitas vezes errada), ao invés de examinarem as alternativas com cuidado e planejarem. Embora a ausência de controle de impulsos possa ser também interpretada como incapacidade de manter atenção seletiva, essa formulação levou as pesquisas consideráveis destinadas a ajudar as crianças a atingirem maneiras mais adequada de reação. Isto se faz ensinando-se às crianças afirmações verbais envolvendo auto-instrução e auto-orientação. Muitos pesquisadores registram que esses métodos auxiliaram crianças impulsivas, com transtornos de aprendizagem, a melhorar seu desempenho em tarefas que requerem cuidado, planejamento e a consideração de alternativas. Um método especialmente eficaz parece ser o de exemplificação de estratégias de reação adequada, e, desde que possa ser apresentado em filme, tem um potencial educativo empolgante. Todavia, a eficácia básica dessa abordagem em termos de desempenho escolar melhorado não foi demonstrada de forma conclusiva, para o que se aguardam os resultados de mais pesquisas.
Reconhecemos o fato de que isto é um dilema para o educador que precisa testar e auxiliar crianças de imediato.
Considere a que a criança com transtornos de aprendizagem é uma criança cujo desenvolvimento se processou mais lentamente do que outras crianças, especialmente na área da atenção seletiva. Não considere essa criança defeituosa, deficiente ou permanentemente inapta.
As crianças com transtornos de aprendizagem podem aprender!
Se uma criança não consegue aprender, procure uma forma diferente de ensino.
Não procure algo que esteja errado na criança. É provável que seu método de ensino e a forma de aprendizagem pela criança estejam em defasagem. Nem a criança, nem você, devem ser responsabilizadas por isso, mas você pode ser responsabilizado se não tentar algo mais.
Não se amedronte por legendas imaginosas. "Dislexia" é um esforço para dizer em grego que a criança não pode ler! "Hiperatividade" significa que a criança se movimenta mais do que alguns de nós desejaríamos. Nenhuma palavra explica nada.
Não aceite como verdade as coisas que "todo o mundo conhece". Seja céptico. Não pergunte: "Quem disse isso?", mas "Como eles sabem".
Algumas dificuldades:

Dislexias: A dislexia não é uma doença, mas um distúrbio com uma série de característica, se tornando evidente na fase de alfabetização. Geralmente são crianças muito inteligentes (até acima da média), porém apresentam uma dificuldade na percepção visual-auditiva e dificuldade de leitura e escrita. A dislexia representaria um tipo especial de imaturidade cerebral, na qual se atrasaria a função de reconhecimento visual e auditivo dos símbolos verbais.
Disortografia:Escrita com os erros de que tratamos, pode ser o primeiro ou único achado de exame em caso de dislexia leve não examinado logo no início, podendo ter havido, mas já desaparecido, as dificuldades à leitura. Boa parte dos disléxicos melhora razoavelmente nesta matéria, enquanto ainda cometem muitos erros à escrita. Os disléxicos podem fazer toda a sua escrita em espelho, o que é, entretanto, raro. Quanto aos erros de omissão, o mais freqüente é suprimirem-se letras mudas ou vogais - BNDT (por BENEDITO), por exemplo. É comum a tendência à união de duas ou mais palavras numa só, mas se pode também verificar a divisão de uma palavra, que o disléxico escreve em duas partes. Quanto à pontuação, pode haver dificuldade na colocação de vírgulas. Discalculia: Dificuldade de entender e resolver problemas de matemática.

Dislalia:Transtorno funcional primário que corresponde ao atraso da fala, à linguagem "bebê".
Transtorno do Déficit de Atenção – TDA/H: TDA é um distúrbio neurológico, ou seja, não estamos falando de uma lesão ou defeito e sim de um funcionamento diferente do cérebro. Um TDA apresenta um menor fluxo sangüíneo na região frontal do cérebro, responsável pelo comportamento inibitório (freio), capacidade de planejamento, memória seletiva, regular o estado de vigília, “filtrar os estímulos, entre outras funções”.
Sabe-se também que a quantidade de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e pelo poder de concentração é menor no cérebro destas pessoas. Porém, o diagnóstico de um TDA será dado a partir da análise cuidadosa da história de vida e do comportamento do sujeito. O comportamento de um TDA apresenta um trio de sintomas significativos que são: alterações da atenção, impulsividade, e da velocidade da atividade mental e física podendo apresentar grau de hiperatividade.

O que é Transtorno de Hiperatividade/ Impulsividade?
A hiperatividade e a impulsividade fazem parte da tríade de sintomas de um TDAH-I, esse transtorno é o mais conhecido, pelo fato de ser o que mais incomoda pais e professores, que não conseguem dar jeito naquela criança que não fica quieta pôr nada.
A hiperatividade é um desvio comportamental, caracterizada pela excessiva mudança de atitudes e atividades, o sujeito hiperativo tem dificuldades de se manter quieto para que possa desenvolver atividades comuns do seu dia-a-dia como: fazer refeições à mesa, assistir TV sentado, ficar sentado em sala de aula, escutar uma história, etc. É importante lembrar que há pessoas que são TDA, mas que não tem a hiperatividade, nem impulsividade como sintoma predominante, muitas são aquelas crianças quietas que parecem viver “no mundo da lua”, sua mente voa, seus pensamentos correm enquanto à sua frente a realidade exige concentração. Nestes casos muitas vezes o diagnóstico só é feito depois de um grave comprometimento na aprendizagem escolar tendo como conseqüência um grande prejuízo emocional..
Observar sempre em seu aluno / filho:
Atividade motora: hiperatividade ou hipoatividade, dificuldade de coordenação…..,
Atenção: baixo nível de concentração, dispersão…,
Área matemática: problemas em seriações, inversão de números, reiterados erros de cálculo …,
Área verbal: problemas na codificação/ decodificação simbólica, irregularidades na lectoescrita, disgrafías …,
Emoções: desajustes emocionais leves, baixa auto-estima …,
Memória: dificuldades de fixação …,
Percepção: reprodução inadequada de formas geométricas, confusão entre figura e fundo, inversão de letras …,
Sociabilidade: inibição participativa, pouca habilidade social, agressividade.
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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Transtornos Psicoafetivos da relação mãe - filho

O excesso de amor é tão prejudicial quanto à falta deste, e, nos dias de hoje, o que mais se vê é que as pessoas não têm tempo para demonstrarem seus sentimentos um ao outro, daí tanta solidão, tantos problemas, tantas pessoas vivendo em um mundo individual, num completo isolamento e, consequentemente afetivo.
Na gestação, período onde se forma e se desenvolve a personalidade e as características comportamentais do indivíduo, percebe-se a importância de sentimentos de amor e aceitação, desejo e apego, por parte da mãe com relação a seu filho. Dessa forma, este trabalho será constituído de considerações acerca da gestação, seus aspectos psíquicos, hábitos e vícios, que revelam as alterações próprias da gestação, os problemas pelos quais a gestante pode passar e que poderão se tornar possíveis causadores de distúrbios psicossociais e emocionais na criança; constará também de informações sobre a constituição do psiquismo pré-natal relatando que o desenvolvimento psíquico do indivíduo acontece desde o período intra-uterino e, assim, todos os eventos traumáticos influenciam o desenvolvimento desse bebê, que depende do estado emocional estável da mãe para se desenvolver normalmente; explicará como a mãe pode relacionar-se com o feto durante a gestação, como ela exerce influência sobre ele, formação do vínculo afetivo, 1º vínculo do bebê, o qual influenciará o desenvolvimento relacional do mesmo; o nascimento, seus aspectos positivos e negativos, seus efeitos sobre a vida do indivíduo, encontro bebê imaginário x bebê real e as mudanças que acometem toda a família, principalmente a mãe. Apresentará também a relação mãe-filho após o nascimento, como eles se comunicam, e como se processa o desenvolvimento afetivo e psicológico dessa criança, enfatizando também a preocupação materna primária, estado psicológico da mãe que atua como fonte de satisfação das necessidades do bebê, atendendo-o, possibilitando um saudável desenvolvimento para o mesmo.
Problemas familiares, perda de entes queridos, brigas conjugais, psicoses maternas, relações insatisfatórias entre mãe e filho, todos estes se refletem sobre a personalidade da criança.Por fim, propõe-se uma intervenção Terapêutica Ocupacional junto às mães no período gestacional, utilizando como recurso de tratamento a formação de grupos operativos, informativos e atividades grupais, visando à (re) estruturação do vínculo afetivo entre mãe-filho, antes possibilitando a resolução de conflitos internos, através de identificações, vivências, experiências e transferências; e também buscando proporcionar informações a essas gestantes sobre a gravidez e maternidade. Para viabilizar esta proposta a Terapia Ocupacional utiliza-se dos Quadros de Referência Aplicados (QRA’S) Comportamental, Psicodinâmico e Humanista..

Não espere...

Não espere um sorriso para ser gentil. Não espere ser amado para amar. Não espere ficar sozinho para reconhecer o valor de quem está ao seu lado. Não espere ficar de luto para reconhecer o que hoje é importante em sua vida. E especialmente quem hoje é importante em sua vida
Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar. Não espere a queda para lembrar-se do conselho. Não espere a enfermidade para reconhecer o quão frágil é a vida. E quanto você deve cuidar dela.
Não espere pessoas perfeitas para se apaixonar. Não espere a mágoa para pedir perdão. Não espere a separação para buscar a reconciliação. Não espere a dor para acreditar em oração ou adquirir a fé. Não espere elogios para acreditar em si mesmo. Enfim, não espere
Não espere ter tempo para servir. E não espere que o outro tome a iniciativa se você foi o culpadoNão espere o "eu te amo" para dizer "eu também". Não espere ter dinheiro aos montes para contribuir e ajudar alguém.
Pare de esperar... A vida é feita do presente. É vivida hoje. Se aprende com o passado. Se deseja coisas para o futuro, Se sonha com o futuro, Mas se vive no presente
Portanto, Não espere o dia da sua morte, Sem antes amar a vida verdadeiramente;Somente você é capaz de não esperar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O Psicopedagogo busca compreender e não interpretar.

A Psicopedagogia, como área de estudo e atuação que se preocupa com o processo de aprendizagem e os transtornos que podem aparecer neste processo, não só pode como deve se apropriar de tais conhecimentos, tendo em vista que sua ação estará ligada tanto a prevenção quanto ao tratamento de dificuldades de aprendizagem.
A dislexia, a síndrome, discauculia, TDA, TDA/H, a deficiência, a defasagem, o disfuncionamento, e muitas outras dificuldades saltam aos olhos dos professores, dos pais, e dos próprios sujeitos que apresentam tais sintomas. Todos desejam a existência de fórmulas mágicas, receitas ou métodos que incidam diretamente no problema, muitas vezes, sem considerar todo percurso realizado até ali, o esforço feito, os resultados já obtidos e, principalmente, a autoria do aprendiz na superação de suas dificuldades. Desta forma, as dificuldades passam a ter tal importância que acabam por esconder o aprendiz e, inúmeras vezes, por desconsiderar suas possibilidades, conhecimentos e qualidades, e assim como suas emoções e defesas.
A Psicopedagogia Clínica vem se constituindo não como um saber a parte, que passa a reinar e a ditar procedimentos sem considerar a realidade escolar, mas sim como uma área de estudo e de atuação que, ao compreender as especificidades da aprendizagem e do aprendiz, podendo colaborar em conjunto com a escola, os pais e principalmente com o indivíduo. O Psicopedagogo Clínico é envolvido com a aprendizagem humana, que congrega conhecimentos de diversas áreas intervindo neste processo, seja para potenciá-lo ou para amenizar dificuldades, atendendo as necessidades individuais de aprendizagem. A procura de um profissional fora do espaço escolar apresenta alternativas às propostas e condições existentes na escola, o atendimento diferenciado pode ir além das questões – problema vinculado à aprendizagem podendo trazer a tona, mais facilmente, as razões que descadeiam as necessidades individuais – às vezes alheias ao fator escola, que fazem com que as crianças e adolescentes sintam-se excluídos, ou excluam-se a si mesmos do sistema educacional.
“Todo trabalho psi é clínico, seja realizado numa instituição ou entre as quatro paredes de um consultório. Clínica é a nossa atitude pelas vivências do outro, de disponibilidade perante seus sofrimentos, de olhar e de escuta além das aparências que nos são expostas.” Gonçalves (1997).

“SE UMA CRIANÇA NÃO PODE APRENDER DA MANEIRA QUE É ENSINADA, É MELHOR ENSINÁ-LA DA MANEIRA QUE ELA PODE APRENDER”. (ABD)